Saiba tudo sobre doenças cardíacas em crianças com síndrome de Down
Felizmente, tem-se percebido, nas últimas décadas, um considerável aumento na expectativa de vida das pessoas que têm síndrome de Down. Isso se deve, em grande parte, aos avanços médicos que estão, cada vez mais, apresentando recursos para que as pessoas e crianças com Down possam ter uma vida saudável e feliz.
Esses avanços médicos estão voltados para a análise e melhoria da qualidade de vida das pessoas com síndrome de Down e também de doenças secundárias que podem aparecer ainda na infância, como as cardiopatias.
Falaremos, nesse artigo, tudo o que você precisa saber sobre doenças cardíacas em crianças com síndrome de Down, mostrando como as cardiopatias podem ser identificadas e resolvidas da melhor maneira!
As doenças cardíacas em crianças com síndrome de Down
Dados importantes
As cardiopatias, também chamadas de doenças cardíacas, aparecem em uma a cada três crianças que nascem com síndrome de Down, segundo a American Heart Association – Associação de Cardiologia Americana. Esse número é satisfatório quando comparado à dados de uma pesquisa feita nos anos 90, na Dinamarca, que afirmava que cerca de metade das crianças com Down poderiam desenvolver a cardiopatia.
Essa discrepância percentual, e positiva, se deve aos avanços médicos voltados para essa área. Essas cardiopatias são caracterizadas como cardiopatias congênitas, ou seja, têm origem ainda na fase embrionária, lá por volta dos 3 meses de gestação, por conta de uma má formação nessa etapa do desenvolvimento.
Identificação das cardiopatias congênitas
Os defeitos cardíacos não são fáceis de identificar sem o auxílio de aparelhos específicos. O ultrassom, por exemplo, só é útil a partir da décima segunda semana de gestação, quando pode-se medir a translucência na região da nuca, que pode indicar a má formação presente.
O método mais indicado e eficaz para a identificação, portanto, é o ecocardiograma fetal bidimensional, podendo descobrir anormalidades cardíacas com precisão já a partir do terceiro mês de gravidez.
Circulação do Sangue
Estudos sugerem que certas crianças com síndrome de down apresentam diferenças em seu sistema circulatório, com artérias um pouco mais finas e estreitas, com menos ramificações e vasos capilares. Contudo, a maioria das pessoas com síndrome de down tem sistema circulatório normal.
Po intermédio do sangue, a energia e os alimentos são transportados pelo corpo. Se o corpo não conseguir obter esses suprimentos em quantidade suficiente, pode-se esperar menos atividade, até mesmo uma tendência à letargia e , possivelmente , algum efeito sobre o crescimento e sobre o desenvolvimento. Essa é outra boa razão para tocar e estimular bastante as crianças e os bebês com down, desde as primeiras semanas de vida, tendo em vista que estimula a circulação do sangue.
Tipos de problema cardíacos em crianças com Down
As cardiopatias congênitas mais comuns são do tipo comunicação interventricular (CIV), comunicação interarterial (CIA), defeito do septo atrioventricular (DSAV) e tretalogia de Fallot.
As primeiras três cardiopatias costumam aparecer associadas, apresentando problemas nas válvulas dos átrios e dos ventrículos e gerando, consequentemente, maior fluxo de sangue para os pulmões. Isso caracteriza, na criança, uma dificuldade em respirar associada à cansaços contínuos, além de perda da força ao amamentar, anemia e facilidade em adquirir doenças pulmonares oportunistas.
A tetralogia de Fallot, por sua vez, apresenta quatro má formações congênitas cardíacas e, ao contrário das outras citadas anteriormente, causa déficit de volume sanguíneo para os pulmões
Cuidados essenciais
Os pais das crianças com Down que possuem cardiopatia congênita devem prestar a atenção quanto à alimentação e à ingestão de líquidos. É recomendado que as crianças possuam uma dieta rica em calorias e bebam pouco líquido em caso de CIV, CIA e DSAV, visto que a água pode aumentar o volume de sangue a agravar o problema.
Cirurgia e acompanhamento pós-operatório
Em casos mais simples de CIV, CIA , em que a anormalidade é ínfima, a cirurgia pode ser descartada, uma vez que o próprio organismo corrige o problema ao longo do tempo.
Caso o médico veja, através dos exames, que o quadro está evoluído, a cirurgia será necessária. Até a criança completar a idade certa para operar, que varia de 6 a 12 meses, quando atinge o peso ideal, os pais podem medicá-la com remédios específicos que ajudam no tratamento e controlam os sintomas.
Na tetralogia de Fallot, no entanto, a cirurgia é obrigatória e poderá ser dividida em duas operações de acordo com o diagnóstico médico.
Os cuidados, porém, não param após a cirurgia. Os pais devem se manter atentos e acompanhar a evolução da criança após a operação. Através de recomendação médica, algumas atividades físicas podem ser trabalhadas, como natação, ginástica e equitação, por exemplo.
Com o desenvolvimento tecnológico, as doenças cardíacas em crianças com síndrome de Down estão cada vez mais fáceis de serem identificadas e, assim, podem ser tratadas corretamente através de medicamentos e da cirurgia. Com isso, diversos problemas serão evitados e seu filho poderá ter uma vida saudável e com merecido bem-estar!
Quanto antes o médico detectar o problema cardíaco melhor será a intervenção.
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