Comorbidade: duplo diagnóstico da síndrome de down e autismo
Atualmente, o número de crianças com síndrome de Down que são diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem crescido bastante. Para essas situações dizemos que há um “duplo diagnóstico”, ou seja, as duas condições estão presentes ao mesmo tempo.
No entanto, o diagnóstico do autismo em crianças com Down, que já têm alguma dificuldade de aprendizagem, não se dá de maneira fácil, pois o TEA compromete a comunicação social e o comportamento.
Saiba mais sobre a síndrome de Down e TEA neste post.
Como é realizado o diagnóstico de autismo?
Existem três áreas principais de sintomas para realizar o diagnóstico. Vamos listá-las abaixo:
- deficiência e ou dificuldade na comunicação;
- repetitivos comportamentos estereotipados;
- prejuízos sociais.
O médico psiquiatra utiliza de sua a experiência clínica para fazer o diagnóstico com base nos critérios que citamos acima, mas existem testes que também são usados para auxiliar no diagnóstico.
Um desses testes é a Escala de Observação para o Diagnóstico do Autismo (CARS, da sigla em inglês Childhood Autism Rating Scale). É um instrumento para observações comportamentais composta por 15 itens. De acordo com o manual da CARS, o autismo é caracterizado por um resultado maior ou igual a 30, em uma escala que varia de 15 a 60 pontos. Como todo teste está sujeito a críticas e questionamentos.
O uso dessas medidas melhora a confiabilidade do diagnóstico. No entanto, pode ser necessário acompanhar a criança em ambientes familiares, em casa e na creche ou escola, para obter uma visão completa dos seus comportamentos e possíveis dificuldades sociais.
Como pensar na coexistência da síndrome de Down e autismo?
Há algum tempo atrás, acreditava-se que pessoas com Down não poderiam ter um quadro de TEA associado. Porém, atualmente, já sabemos que as duas condições podem coexistir em alguns casos ( em alguns lugares falam que tem 10 % das pessoas com down também podem apresentar o quadro do espectro autista- A estatística varia muito em cada País).
As pessoas com duplo diagnóstico podem ter um perfil específico. Os pais ou médicos geralmente despertam para o duplo diagnóstico, percebendo que a criança possui alguma determinada característica que, normalmente, não é encontrada em pessoas com a síndrome de Down.
Alguns pais compartilharam na internet sobre o momento do duplo diagnóstico, como o relato a seguir:
“Eu senti que o diagnóstico ajudou minha compreensão do comportamento do meu filho, e foi um alívio. O espectro é tão amplo que não há um quadro típico, mas eu sabia que meu filho não se encaixava nos outros grupos de pessoas com Down. Na minha experiência, me ajudou a acessar serviços especializados de suporte”.
Para diagnosticar o autismo em crianças com dificuldades de aprendizagem é necessária uma avaliação detalhada do nível cognitivo e das habilidades de linguagem, da história do desenvolvimento, desde a infância, e da observação dela em diversos ambientes.
Quais os cuidados devo ter com a saúde da criança com diagnóstico duplo?
Após o diagnóstico, é importante a criação de estratégias que podem ser implementadas sem sacrifício excessivo de tempo, dinheiro e outros aspectos da vida familiar.
Um passo fundamental é a abordagem centrada na família, em vez de orientada apenas à criança. Os pais, com ajuda de uma equipe profissional, devem elaborar estratégias com abordagem no desenvolvimento e educação para o perfil da criança, individualizando suas habilidades e déficits.
Por isso, é fundamental reconhecer as necessidades e habilidades das pessoas com síndrome de Down e espectro. E, além disso, fornecer à criança um ambiente que ela consiga compreender, se sentir confortável, segura e amparada.
Existem muitos blogs que tratam do espectro autista e recomendamos a leitura.
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