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Incluo entrevista a Portuguesa Cláudia Santos- Não tenha medo de deixar as pessoas com síndrome de Down voarem.

claudia santos

 

O portal Incluo nasceu para incentivar a conexão e troca de experiências dos interessados na temática diversidade e em seu primeiro ano de existência o foco começou com a síndrome de down.

Já temos mais de 300o pessoas cadastradas e muitos profissionais e estudiosos sobre o tema. Se ainda não fez seu cadastro , clique aqui.

No post de hoje publicamos a entrevista que fizemos com a professora portuguesa Cláudia Santos que  é Licenciada em Design da comunicação. Mestre em ciências da educação, especializada em educação especial. Escritora e palestrante, confira. Em Abril lançou o livro sexualidade e afeto no mundo da trissomia que recomendamos a leitura.

sexualidade e afeto

 Entrevista com Cláudia Santos 

  •   Cláudia, tudo bem? Como começou a atuar com a temática diversidade?

Sempre tive alunos com diversidade nas minhas aulas e como gostava muito deles, pois eram muito interessados na matéria, resolvi frequentar o mestrado em educação especial, pois sentia que não tinha formação na área e queria aprender mais de forma a poder aplicar estratégias mais adequadas nas minhas aulas, direcionadas a estes alunos.

  • A escola para todos é um sonho ou pode se tornar realidade? Como enxerga o ensino em Portugal?

Ainda há muita carência de professores de educação para diversidade, como tal, os alunos com necessidades educativas peculiares ficam com pouco tempo de apoio. Penso que a escola está formatada para certos tipos de alunos e não para todos os alunos.

  • Em sua trajetória como enxerga os avanços em relação a temática diversidade / inclusão?

Os avanços médicos e a intervenção precoce, permitem hoje em dia que as pessoas com síndrome de Down tenham uma esperança de vida mairo e conseguem desenvolver desde cedo as suas capacidades. Isso é ótimo, pois permite que as pessoas com alguma peculiariade consigam estar mais integradas na sociedade. Mas ainda temos de educar/sensibilizar a sociedade para a valorização das diferenças de forma a termos uma verdadeira inclusão.

  • Em sua convivência com pessoas com síndrome de down quais foram seus maiores aprendizados?

As pessoas com síndrome de down, como todos as pessoas  adoram aprender e são muito interessadas. Têm as mesmas necessidades sexuais e afetivas, precisam de se sentir amadas e sentem falta de amigos.

Tenho aprendido muito nesta caminhada,  tornei-me uma pessoa mais justa e sensível.

  • Sabemos que uma das características das pessoas com Síndrome de Down, além das características físicas, é um atraso no desenvolvimento. Através da sua experiência como enxerga a inclusão hoje em dia?

Julgo que ainda não há inclusão. Há integração, pois os  alunos com síndrome de down já estão em escolas regulares, mas ainda há pouca informação dos profissionais (professores, auxiliares, técnicos e sociedade em geral), ainda há muitos mitos, tabus e preconceitos em relação às pessoas com síndrome de Down.

  • Existe um mito que ainda esta muito presente na sociedade: “ Se falarmos sobre educação sexual , só vai incentivar para que as pessoas com down tenham relações sexuais precoces”. O que pensa disso?

Sabemos estatísticamente que as pessoas que são educadas desde cedo com conteúdos sobre Educação Sexual, são aquelas que iniciam a sua vida sexual mais tarde e com mais responsabilidade.

  • Como enxerga a sexualidade das pessoas com síndrome de down?

As pessoas com síndrome de Down têm um desenvolvimento sexual e afetivo igual ao de qualquer pessoa, embora possa surgir de uma forma mais lenta. Como tal, não se  pode negar uma área que é essencial para o  equilíbrio psicossomático.

Leia mais sobre este tema: Clique aqui.

  • Muitos jovens nos falam que ninguém nunca conversou com ele sobre sexualidade. Tem alguma forma ou sugestão para iniciar este importante diálogo?

A Educação Sexual deve ser aplicada desde cedo, por volta dos 2 anos de idade. Deve-se ir aplicando estratégias, aproveitando situações do dia a dia. Utilizando meios visuais e dramatizações. Ou seja, o ensino deve ser o mais concreto possível. No meu livro abordo estratégias que os pais e os profissionais podem aplicar, muito simples, pois a educação sexual aborda imensos temas que são essenciais para a sua autonomia, autoestima e a sua relação com os outros.

  • As vivências sexuais e afetivas dos filhos são encaradas com muita preocupação pelos pais, principalmente em relação aos elementos sexo feminino. Tem medo da gravidez e de abusos sexuais, tendo uma atitude de superproteção. Qual sua experiência e/ ou opinião em relação a este assunto?

Existe uma superproteção, mas a atitude correta é a de educação. . É preciso encarar a Educação Sexual como uma área muito importante que deve ser aplicada desde cedo com um ensino reforçado.

Não deixem de comprar o excelente livro da autora Cláudia Santos.

sexualidade e afeto

Ping pong com Cláudia Santos

Um sonho?

Viver num mundo inclusivo.

Ser professora é?

Um desafio todos os dias.

Ensinar é?

Estar sempre aprendendo.

Um filme inesquecível?

A Vida é Bela de Roberto Benigni.

Um livro que indica?

O Monte dos Vendavais de Emily Brontë.

Inclusão é?

Não é dar as mesmas ferramentas a todos, mas sim, dar ferramentas diferentes e adequadas para que todos tenham as mesmas oportunidades.

Gostariam de deixar algum recado para todas as famílias, amigos e leitores de nosso Blog?

Gostaria de dizer para não terem medo de deixar voar as pessoas com síndrome de Down.

Gostou da entrevista? Tem alguma pessoa que indica para fazermos uma entrevista? Vamos juntos construir uma sociedade mais inclusiva. Informação combate estigmas e preconceitos.

Informações sobre o livro: : Cláudia Santos, livro “Sexualidade e Afetos no Mundo da Trissomia 21”

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