Autonomia e sexualidade das pessoas com Down: 5 ensinamentos sobre o assunto
Saiba como lidar com o amadurecimento nessa fase de mudanças físicas e psicológicas
Durante a palestra da Dra Fátima Minetto no Clube dos Oficiais de Belo Horizonte, foram compartilhados ensinamentos sobre a autonomia e sexualidade das pessoas com down, gerando uma série de debates com os 60 presentes que participaram ativamente da discussão.
Neste post dividimos dicas enriquecedoras e inspiradoras para você que pode ser na essencial no desenvolvimento de uma pessoa com down.
Aceite a sexualidade como função natural
A vivência sexual implementa o desenvolvimento afetivo; aumenta a capacidade de estabelecer contatos interpessoais e fortalece a auto estima e bem estar. Todo ser humano precisa conhecer o funcionamento do corpo e ter a consciência sexual. Trata-se de um resultado de um percurso educativo / afetivo e existencial que deve começar na infância.
Parentes, profissionais e os pais devem captar as necessidades e desejos dos jovens com down em todos os aspectos, inclusive a sexual, para que eles possam ser ouvidos, atendidos e, na medida do possível, satisfeitos. O objetivo comum é que cheguem a ser adultos e se integrem à sociedade. E, como membros da sociedade, possam viver, desfrutar e cumprir seus direitos e deveres. Um desses direitos é o de formar um casal e ter vida sexual.
Aborde a temática da sexualidade
Os pais devem valorizar o desenvolvimento dos filhos e são os responsáveis por prepará-los para a vida sexual. A infantilização da pessoa com Síndrome de Down não ajuda no processo de entendimento do tema sexualidade e seus desdobramentos. Desse modo, é possível minimizar a vulnerabilidade social, como qualquer tipo de abuso, já que o assédio sexual tem como principais causas a ingenuidade da pessoa e carência.
A repressão da sexualidade não é o caminho, uma vez que diminui o equilíbrio interno; aumenta a agressividade e angústia, favorece o isolamento, aumenta a vulnerabilidade e reduz a possibilidade do desenvolvimento como pessoa. O que deve ser feito é colocar limites e ter explicações claras e aceitáveis, além de dar sempre respostas coerentes. Desse modo, é possível tratar o assunto de uma maneira mais compreensível e natural.
Trate a sexualidade da pessoa com Down como equivalente
Uma das maiores dificuldades para entender a sexualidade da pessoa com deficiência se baseia na busca de uma sexualidade diferente, que reforça limitações e que foca nos mitos e não no conhecimento. Um preconceito comumente replicado é afirmar que o fato de a pessoa nascer com down não oferece barreira de contenção para os impulsos sexuais, ou que a sexualidade das pessoas com down é algo incontido e descontrolado. A verdade é que a contenção dos impulsos sexuais não depende da inteligência e nem de cromossomo, mas do processo de identificação e simbolização que tem que ser construído.
Outro ponto de destaque é que ao infantilizar a pessoa, demonstramos desacreditar que ela seja capaz de ter ou expressar sua sexualidade. Fato é que a sexualidade da pessoa com síndrome de down é sexualidade humana.
Leia mais sobre o tema sexualidade e fertilidade com um relato interessante. no link
Eduque para a autonomia
Como alguém pode ser autônomo se não foi educado para a autonomia? Toda modalidade relacional tem conseqüências porque contribui por meio de espelhamento para a construção da imagem de si. As informações recebidas da sociedade pelo jovem com down falam-lhe sobre a sua impossibilidade de desempenhar papéis no mundo dos adultos, levando o jovem e a sociedade a presumirem ser ele incapaz de adentrar esse mundo de maturidade, fechando-se assim, a porta de sua realização como cidadão autoconsciente e integrante de uma sociedade. Isso tudo inviabiliza para ele a construção de uma vida adulta e a possibilidade de inclusão social. Como a pessoa com down pode crescer se os familiares não acreditam que pode? Seja você o facilitador desse crescimento.
Reconheça direitos e responsabilidades
Para uma convivência plena é preciso reconhecer o outro como o sujeito das próprias responsabilidades e dos seus direitos. Idealizamos no filho alguns aspectos como Estética, Competência e Futuro. Mas diante de todo contexto precisamos re – sonhar. Não temos que aceitar e sim estudar, correr atrás e dar a volta por cima. Um exemplo de sucesso na conquista de autonomia, sexualidade e realização de sonhos, Leonardo Gontijo conta no livro: não importa a pergunta, a resposta é o amor, detalhes sobre a evolução do irmão, Dudu.
O que você achou do tema? Sugira temáticas e compartilhe conosco suas vivências nos comentários.
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Comentários (4)
Leonardo, parabéns pela iniciativa de tratar o assunto. Seu relato no livro é muito impressionante e a palestra da Dra Fátima Minetto foi uma oportunidade incrível de receber informações e refletir mais sobre o tema. Obrigada pelo convite. Entendo que é essencial a participação em eventos como este, que nos ajuda a conviver, conhecer e compartilhar daquilo que está longe do dia a dia da maioria das pessoas. Estar junto e discutir torna tudo mais fácil e possível.
08/09/2016 at 09:10Bom dia! Muito obrigado e vamos juntos. Aguardamos sua visita no Instituto Mano Down. Abraços e obrigado.
08/09/2016 at 09:19Leo! Adorei, muito bem colocado!
Isso mesmo vamos em frente!
Parabéns!
08/09/2016 at 12:23Você arrasou e deixou muitas marcas positivas nos mineiros. bjos
09/09/2016 at 12:52